A vida nos sugere, ao nosso ritmo, uma constante evolução. Sábia, pois se forçasse a barra estaria queimando etapas em nosso crescimento espiritual, emocional, mental e físico. Passo a passo, em um despertar lento e nada traumático se contabilizam anos e mais anos nesse processo. Começamos olhando primeiramente para nós mesmos, na busca da autocompreensão de fatos e situações, a autocura de feridas mal-resolvidas, mas principalmente, o vencer a si próprio em ideias culturalmente incutidas em nós durante uma vida inteira.
Passada a fase do autoconhecimento (que na verdade não é apenas um período, pois dura nossa vida inteira) arranhamos um olhar para além dos muros da nossa existência. E quando começamos nos autoconhecer, chega um momento que desejamos estender essas dádivas para mais pessoas. Nesse momento, descobrimos um grande desafio: respeitar os limites do livre arbítrio da pessoa. E mais, constatamos que precisamos vencer preconceitos que existem muitas vezes dentro do nosso próprio seio familiar. Várias são as dúvidas que surgem neste momento.
Crescer espiritualmente demanda uma impressionante articulação entre a fé em usar um conhecimento com sabedoria e amor para saber ponderar tudo. Além de que é essencial abandonar apegos sem agredir a ninguém. Uma opção nem sempre possível. Somos seres sociais. As pessoas ao nosso redor percebem estas mudanças e assim elas são afetadas. Algumas em um grau maior, outras menor.
E nesse desenrolar de atos e situações, começamos a enxergar a vida com mais clareza, percebendo a realidade de forma nova.
Somos autores da nossa própria história. Vivemos das nossas escolhas diariamente... Minuto a minuto optamos pelas palavras a serem ditas, pelas ações que iremos tomar.
Sem perceber, somos prisioneiros das nossas conveniências, tornando-nos reféns de ideias muitas vezes confusas, que tomamos como regras para nortear nossa vida. Erroneamente culpamos o além por isso, quando a verdade é que somos os únicos responsáveis.
Somos o que desejamos ser. Somos aquilo que buscamos incessantemente alcançar. Somos o reflexo da nossa vontade de melhorar ou não a nossa vida. É impressionante a capacidade que temos de encontrar empecilhos para colocar em prática as nossas metas, e o pior, somos sempre nós que criamos essas barreiras.
As pistas de que algo vai mal são postas à nossa frente. Seja através de relacionamentos viciados, da falta constante de dinheiro, de situações que se repetem... se repetem... e se repetem sem parar. Até que um belo dia, consigamos nos dar conta de que precisamos modificar algo em nossa vida. Porém, só perceber não basta, a ação para a transformação, a transmutação de algo necessita muito mais que só vontade. Necessita de fé, crer que seus passos pequenos no hoje, possam ser propulsores de uma mudança gradual mas permanente e sem traumas.
Falar é fácil... Será que somos verdadeiramente capazes de modificar uma estrutura viciada de vida? Pilares que norteiam não só esta, mas toda uma história de alma?
Somos o que somos com possibilidades infinitas de mudança e evolução. A opção sempre será nossa. As distrações sempre nossos boicotes... A certeza será sempre: somos portadores do nosso livre arbítrio. Com ele movemos e interagimos com o mundo. Pequenas ações transformam-se em significativas mudanças. Só por hoje, o que posso melhorar em mim mesmo? Só por hoje... Que se transforma no amanhã... O depois do amanhã... O depois do depois do amanhã...
Aline Schulz
foto: Prainha (Garopaba)
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