quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Pequena (ou grande) missão?

Muito tem sido escrito e falado (com precisão, aliás!) sobre a missão da nossa alma, o propósito da vida, enfim, sobre encontrar aquilo que compõe a nossa verdadeira essência, e que, assim, faz-nos viver plenamente, tanto nas esferas pessoal e profissional.
Mas aí eu pergunto: será que esta missão maior não engloba também os pequenos gestos e atitudes diários, que, na maioria das vezes, realizamos de modo automático, sem nos darmos conta?
Além deste questionamento, faço ainda outra interrogação: será que existe missão maior do que tratar a todos com gentileza, carinho e amor, praticando ?pequenas caridades? incondicionais, de boca e olhos fechados?

Digo isso porque muitas vezes tentamos fazer coisas literalmente mirabolantes, perdendo o sono para responder à indagação interna se estamos na ?profissão? ou na ?linha? certa, mas, no fim das contas, esquecemos que a virtude está nas coisas simples, como, por exemplo, um bom dia verdadeiramente alegre, um abraço compassivo, e, principalmente, o essencial está em escutar os outros, desde que, é claro, não olvidemos da necessidade de termos discernimento, até porque cada um é responsável por seus atos e suas inegáveis consequências.

Assim, admiro todos os escritores de livros que li, sejam eles romancistas, espíritas, de autoajuda pessoal ou financeira, pois, de algum modo, fizeram com que pudesse evoluir e me tornaram (ao menos um pouco!) uma pessoa melhor.

Respeito também todos os professores de cursos que já fiz, sejam eles de instrução regular, de comportamento humano ou de matérias ligadas à energia, porque essas pessoas transmitiram vasto conhecimento que me possibilite, talvez um dia, uma pequena névoa de sabedoria.

Aprecio também todos os trabalhadores que permitem que a nossa casa se mantenha em funcionamento, que possibilitam que nosso carro continue em regular funcionamento, e também aqueles que fabricam nossas roupas, assim como tantos outros profissionais que fazem com que nosso mundo literalmente ?ande para frente?, sejam eles médicos, advogados, funcionários públicos, etc.

Se eles estão cumprindo o propósito de suas vidas, difícil para nós respondermos, porém agradeço pelo trabalho honesto e verdadeiros de todos estes profissionais.

Não obstante, tenho especial consideração por aqueles que, mesmo de origem simples, sem ocupações ?conhecidas? da maioria, ou até as pessoas com idade mais avançada, conversam conosco de maneira atenciosa, sendo que na maioria das vezes tal troca de informações é na verdade um monólogo, em que geralmente somente nós falamos, pois o conhecimento deles vem através de uma sabedoria silenciosa.

Assim foi Madre Teresa de Calcutá, Mahatma Gandhi, Nelson Mandela, entre tantos outros.

Na época de cada um, suas intenções não eram gigantescas, pelo contrário, suas atitudes eram muito simples (Madre Teresa ? o amor através de um abraço nos doentes e pobres; Gandhi ? o jejum pela não violência; Mandela ? o desejo de respeito e igualdade).

Não posso dizer se estavam na missão da sua alma, mas me atrevo a concluir que, através de pequenos gestos, certamente o mundo não teve dúvidas da sua importância e dos resultados benéficos dos seus atos.

Assim, o que tornou estas pessoas gigantes perante o Universo (e o quem vem a seguir vale para qualquer um!), foi que, de tão singelas e simples em seu caráter e personalidade, suas atitudes também podem ser realizadas por qualquer um de nós, o que nos faz perguntar: Por que então não realizamos também essas pequenas coisas?

Pois é, eu também me pergunto isso...

Nicolas Fürst

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