sábado, 8 de maio de 2010

O poder do perdão

Como pode ser definido, de fato, o ato de perdoar?

É simples. Perdoar é a arte de fazer as pazes quando algo não acontece como queríamos. Dizermos que é fazer as pazes com a palavra NÃO.

de mágoas pode causar problemas físicos e psicológicos?
O acúmulo
Claro... rancor e desesperança são particularmente perigosos para o bem-estar. A vida tem dificuldades freqüentes. Precisamos de um caminho para superá-las e, assim, nos libertarmos... é para isso que existe o perdão.

E o perdão pode ser considerado como uma cura para doença físicas e mentais advindas de problemas emocionais ou psicológicos?

O perdão reduz a agitação que leva a problemas físicos. Perdoar reduz o estresse que vem de pensar em algo doloroso, mas não pode ser mudado. Ele também limita a ruminação que leva a sentimento de impotência que reduzem a capacidade de alguém cuidar de si mesmo. O perdão é uma cura... às vezes. Ajuda? Sim, muitas vezes.

É possível que pessoas possa perdoar alguém, mesmo ainda estando irada ou magoada com ela?

A diminuição da ira e de mágoa vem de se vivenciar o perdão. O perdão é a experiência interior de se recuperar a paz e o bem-estar. Pode acontece de alguém perdoar um dia, e a raiva volta depois, e isso é normal. Dessa forma, o perdão é um processo que deve ser praticado. Se você permanece falando ou pensando com rancor de alguém, então o perdão ainda não aconteceu.

Existe um momento certo para dar início ao processo do perdão?

O momento é logo depois do tempo necessário para vivenciar a perda.

Se a pessoa perdoar, ela pode ficar com a sensação de que a pessoa perdoada estava com a razão, ou com a sensação de que um direito seu foi atingido. Como afastar ou ultrapassar essa idéia?

Às vezes, a pessoa foi realmente prejudicada. O perdão não elimina esse fato; apenas o torna menos importante. O perdão implica que se pode ficar em paz mesmo tendo sofrido um mal. Não podemos escapa de todos os males, faz a pessoa continuar intranqüila porque o problema ainda persiste. O perdão reconhece o mal, mas permite que o prejudicado leve a vida em frente. O perdão pode conviver com a justiça e não impede que se faça as coisas justas ou adequadas. Você apenas não as faz de uma perspectiva rancorosa ou transtornada.

Quando a pessoa se encontra num “processo” de perdoar alguém, pode acontecer dela perceber que ela mesma também tem culpa na situação e pode ter causado algum mal ao outro. Como ela deve agir num caso desses?

Muitas situações são complexas e não se pode simplesmente distinguir nelas uma pessoa boa e uma ruim, mas sim duas pessoas que criaram juntas uma situação difícil. É bom lembrar que o perdão pode ser estendido à própria pessoa e que, ás vezes, o perdão implica em reconciliar um relacionamento, e outras vezes, em abrir mão desse relacionamento.

Como a falta de perdão pode prejudicar as pessoas?

A ausência de perdão causa estresse sempre que se pensa em alguém que nos feriu e com quem não fizemos as pazes. Isso prejudica o corpo e provoca emoções negativas.

Como foi idealizado o Projeto do Perdão?

Eu fui seriamente magoado por um amigo próximo, e tive de encontrar sozinho uma forma de me recuperar. Quando consegui, resolvi verificar se isso funcionava com outras pessoas. Foi o começo do meu primeiro projeto de pesquisa.

Essas descobertas são universais, aplicáveis a todos os grupos de sociedades?

Até o momento, a pesquisa que eu e outros temos conduzido sugere que o perdão tem valor em dificuldades muito variadas; podem envolver esposas ou maridos que enganam maridos ou esposas, crianças que sofreram abuso, sócios fraudulento e até pessoas que tiveram seus filhos assassinados. Também trabalhamos com uma grande variedade de nacionalidade aqui em São Francisco e região e tivermos bons resultados.

Existem outros cientistas no mundo realizando o mesmo tipo de pesquisa?

Existem alguns que pesquisam o ensina do perdão, como nós. Outros pesquisam as características que tornam as pessoas mais propensas ao perdão, e outros tentam entender como o perdão pode ser benéfico à saúde.


OS NOVE PASSOS DO PERDÃO - Segundo o Dr. Fred Luskin

1. Saiba exatamente como você se sente sobre o que ocorreu e seja capaz de expressar o que há de errado na situação. Então, relate a sua experiência a umas duas pessoas de confiança.

2. Compromete-se consigo mesmo a fazer o que for preciso para se sentir melhor. O ato de perdoar é para você e ninguém mais. Ninguém mais precisa saber sua decisão.

3. Entenda seu objetivo. Perdoar não significa necessariamente reconciliar-se com a pessoa que o perturbou, nem se tornar cúmplice dela. O que você procura é paz.

4. Tenha uma perspectiva correta dos acontecimentos. Reconheça que o seu aborrecimento vem dos sentimentos negativos e desconforto físico de que você sofra agora, e não daquilo que o ofendeu ou agrediu dois minutos - ou dez anos - atrás.

5. No momento em que você se sentir aflito, pratique técnicas de controle de estresse para atenuar os mecanismo de seu corpo.

6. Desista de espera, de outras pessoas ou de sua vida, coisa que elas não escolheram dar a você. Reconheça as “regras não cobráveis” que você tem para sua saúde ou para o comportamento seu e dos outros. Lembre a si mesmo que você pode esperar saúde, amizade e prosperidade e se esforçar para consegui-los. Porém você sofrerá se exigir que essa coisa aconteçam quando você não tem o pode de fazê-las acontecer.

7. Coloque sua energia em tenta alcançar seus objetivos positivos por um meio que não seja através de experiência que o feriu. Em vez de reprisar mentalmente sua mágoa, procure outros caminhos para seus fins.

8. Lembre-se de que uma vida bem vivida é a sua melhor vingança. Em vez de se concentrar nas suas mágoas – o que daria poder sobre você à pessoa que o magoou – aprenda a busca o amor, a beleza e a bondade ao seu redor.

9. Modifique a sua história de ressentimento de forma que ela o lembre da escolha heróicas que é perdoar. Passe de vítima a herói na história que você contar.

 

Dr. Fred Luskin

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