quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Criando expectativas

Um dos caminhos mais eficazes para a frustração é criar expectativas. É da natureza da mente esperar que algo muito desejado aconteça rapidamente.
E, quando vivemos de modo inconsciente, não conseguimos perceber este jogo que nos leva sempre a esperar pela realização urgente de nossas esperanças e a sentir uma grande decepção quando elas não se concretizam.
Visto que não temos o poder de determinar a vontade e as atitudes alheias, torna-se impossível que possamos ter garantida a realização de todas as nossas expectativas.
Nas relações afetivas é onde este tipo de engano mais acontece, pois sempre projetamos no outro nossos desejos e esperamos ansiosamente que ele os satisfaça plenamente. Quando isto não ocorre, a reação é de revolta, pois nos sentimos traídos por aquele que não preencheu nossas expectativas.
Viver uma vida consciente pressupõe, antes de tudo, aprender a perceber quando estas ilusões começam a se formar em nossa mente e aceitar o fato de que não temos o dom de manipular a realidade para que ela se amolde ao nosso desejo.
A partir daí, tudo começa a fluir num novo ritmo. Passamos a nos relacionar de modo realista, enxergando o outro exatamente como ele é, sem qualquer fantasia ou ilusão.
Além disso, se torna possível aceitar, com tranquilidade, que nem sempre a realidade corresponderá aos nossos anseios, por mais que lutemos para isto.
Então, o bom senso e a sabedoria podem, finalmente, tomar o lugar da angústia, da ansiedade e do desespero.
Este não é um aprendizado fácil, mas é, sem dúvida, essencial para que nos libertemos do sofrimento criado por nossa própria mente, que insiste em nos manter prisioneiros da ilusão. A felicidade só se torna possível quando pudermos perceber o quanto nossas próprias expectativas criam a maioria das frustrações que experimentamos ao longo da vida.


"...Vocês estão todos vivendo em sombras. Vocês pensam, vocês projetam, vocês imaginam, vocês sonham... Vocês vivem em sombras, em suas esperanças. O que vocês têm ganho com suas esperanças? Apenas imaginação vazia que amanhã algo acontecerá, que não aconteceu agora, e vocês sentem-se preenchidos. E nunca acontece. O que acontece amanhã é a morte - e a morte cria medo pela simples razão de que vocês não estão conscientes.
O medo da morte é que tira o futuro de suas mãos. E vocês têm estado vivendo no futuro em sua imaginação, e a morte vem e põe uma parada: não mais amanhã. A existência não tem obrigação de preencher seus desejos e suas esperanças.
As pessoas esperam algo, nunca preenchido. Há sempre frustração ao redor. As pessoas estão vivendo em desespero, e a razão é que o que elas esperam... a existência não tem desejo, não tem razão para ir de acordo com as suas expectativas. Se você quer ser feliz, vá de acordo com a existência, onde quer que ela leve você.
Eis o que significa let-go: você simplesmente joga suas projeções, suas imaginações. E deixa a existência tomar conta de sua vida inteira. Então, não há desespero, porque não há possibilidade de tornar-se frustrado. Não há angústia e não há ansiedade, você está relaxado com a existência. O que quer que aconteça... é bom
....Toda a existência é mais sábia do que eu, então o que quer que aconteça...Não permaneça afastado, contra a existência, seja parte e sinta uma certa unidade....
O significado é que o que quer que aconteça é bom. Você tem que achar a beleza disto e a alegria disto... Somente um homem de let-go não é enganado por nada. Ele toma tudo como vem, feliz e alegremente. E se as coisas mudam, ele permite a mudança sem qualquer obstáculo, sem criar barreira para prevenir a mudança. ...Tudo é como deveria ser. Então, pacificamente estão as montanhas na noite de lua cheia... estão em paz, dançando na lua cheia
... Tudo é silêncio e paz. Não há frustração nas montanhas, não há frustração nos rios
......O homem também pode ser tão feliz como as montanhas e tão pacífico como os rios, se ele olhar para a lua e as cercanias sem qualquer mente. Sem pensar, ele também se tornará parte de toda a cena.
Mas ele permanece sempre preocupado com suas próprias idéias estúpidas. Quando toda a existência está se regojizando, somente o homem está preocupado.Você já viu uma árvore preocupada? Os animais também nunca estão preocupados. Mesmo na morte, morrem pacificamente. Pois, como tudo na existência, o que nasceu deverá morrer.
Mas a mente do homem perturba, sempre cria problemas - porque espera que as coisas sejam diferentes do que elas são. Ele não está pronto para aceitar a natureza da existência, ele a quer de acordo com ele. Este, "de acordo com ele", é toda a miséria.
Todo mundo está tentando que tudo seja de acordo consigo. Um pode dizer, outro pode não dizer - mas mesmo sem dizê-lo, sua mente está tramando pensamentos de que as coisas deveriam ser trazidas de acordo com a sua idéia - e isto é impossível.
Você não pode mudar a existência. Tudo o que você pode fazer... você pode abandonar sua mente". (Osho)


Elisabeth Cavalcante

Sol de amor

(Conversando Sobre um Grande Amor e a Luz)
É possível viver um Grande Amor, desde que o coração esteja aberto para isso.
Digo-lhe isso, porque muitos querem amar, mas de coração fechado e na base da autodefesa, por causa de emoções mal resolvidas.
Às vezes, as pessoas jogam toneladas de medo ou de ansiedade em seus melhores sentimentos, terminando por sepultar o amor que tanto queriam vivenciar antes.
Para amar, não basta só o amor; é preciso ter coragem também!Sim, coragem de se abrir e deixar a luz eclodir em si mesmo, fazendo o próprio coração ser um sol.
É um desperdício ver um Grande Amor sendo detonado por questões mal resolvidas, ou por posturas medíocres.
Porque o amor possui um alto poder de transformação e de renovação do Ser.
Quando ele chega, tudo muda. E o coração acontece...
O amor é semelhante à luz da aurora, que dilui a escuridão na linha do horizonte do Ser... E, se alguém é tocado por ele e, mesmo assim, ainda permite que as trevas rondem seu coração, é realmente uma pena.
Porque o sol é grande, mas se alguém fechar as cortinas do aposento, sua luz não penetrará ali. Da mesma forma, por analogia, se alguém cerrar as cortinas do ego na morada do próprio coração, o sol do amor não penetrará ali.
Ah, que coisa estranha é essa... Alguém desejar viver um Grande Amor e, ao mesmo tempo, ter medo da abertura causada pelo mesmo. Mas as pessoas são assim mesmo.
E nem sempre é fácil quebrar as barreiras que elas projetam contra a eclosão da luz, nelas mesmas. E, talvez, seja por isso que a dor tanto visita o coração dos homens.
E aí, em lugar do amor, surgem os bloqueios do ego; em lugar da aurora, as trevas no horizonte de si mesmo; em lugar da consciência feliz, a sensação horrível do vazio interior; e, em lugar do equilíbrio e da compreensão, fortes distorções psíquicas.
Isso porque, sem amor, tudo fica opaco. Sem o seu sol, só sobra a noite escura do Ser. Daí, eu lhe pergunto: "Você está realmente aberto para um Grande Amor e pronto para aguentar a luz da aurora despontando em seus olhos?
Está pronto para abdicar de suas trevas interiores e mergulhar na luz?
Você tem coragem de entrar num sol e queimar suas tolices e posturas medíocres?
E mais: você tem noção de que um Grande Amor é um presente?
"A partir daí, de coração aberto, reveja os seus sentimentos e pondere mais em cima dos questionamentos pertinentes a eles. Se você errou antes, então conserte. Se agora compreende isso melhor, então se cure.
Porque o amor não é uma pessoa, é um estado de consciência! E o lugar do sol é dentro do seu coração. Então, que tal levantar as cortinas e, dessa vez, deixar a luz entrar completamente?Porque, repito, não basta só amar, é preciso ter coragem. Sim, coragem de vencer a si mesmo e de reciclar-se, constantemente, para tornar-se luz, como deve ser...
Um Grande Amor não cabe num coração medíocre.
Por isso, não basta só amar, também é preciso crescer*.
P.S.:Desejo que você cresça, para que um Grande Amor seja um presente em sua vida.
E que você tenha a coragem de desembrulhá-lo em seu coração.
E que o brilho da aurora esteja em seus olhos.
E que isso preencha você de vida.E que você se sinta honrado.
E que seja muito feliz.
Com um sol no peito...
E estrelas nos olhos**.
Paz e Luz.
- Wagner Borges - apenas seu amigo, não seu guru.
- Notas: * Esses escritos são uma resposta ao e-mail de um amigo, que está muito triste porque sua amada foi embora. Segundo ele, ambos se amavam muito, mas também brigavam bastante, às vezes por coisas pequenas. E ele confessa, arrependido, que poderia ter agido de outra maneira, sem tanta arrogância; e que, agora, percebe o quanto a amava.
No entanto, essas coisas acontecem e o importante é o aprendizado que se tira delas. Mais do que lamentar-se, é preciso discernimento e coragem de ver em que ponto errou, e melhorar a partir disso. Auto-culpa não resolve nada, só leva a auto-estima para baixo. Então, é preciso crescer, mesmo quando as coisas não saem do jeito esperado. E isso não é fácil, para ninguém.
O certo é que não basta só amar; é preciso construir. E estar presente, pois os melhores jardins, quando não são cuidados devidamente, podem se encher de pragas e de ervas daninhas. E o coração é o jardim do Ser.
Para um Grande Amor florescer, não basta só amar; é preciso cuidar.
E o mais legal: o amor não é uma pessoa, é um estado de consciência.
E olhando o que escrevi para ele, fiquei pensando se esses escritos não seriam úteis para reflexões de outras pessoas passando pelo mesmo problema. Além do mais, o que eu poderia fazer por ele? Implorar a seu favor junto à sua amada, para que ela volte? Ou chorar junto com ele e compactuar com sua baixa auto-estima?
Como não sou assim e sempre procuro tirar o melhor de todas as situações, escrevi tudo isso para ele. E como o resultado foi legal e ele ficou contente com a atenção e os toques dados aqui, estou disponibilizando os escritos em aberto (mantendo o nome do meu amigo em sigilo, naturalmente), para todos.
Sim, talvez outros estejam passando pelo mesmo problema.
Oxalá esses toques possam ser úteis para eles também, de alguma maneira.
E o fato de ter escrito tudo isso não me isenta da necessidade de ponderar sobre as mesmas coisas e de melhorar o meu próprio coração.
O certo é que um Grande Amor é um presente e nem todos têm condições de reconhecê-lo. E, quando ele chega, tudo muda. E quem ama, sabe.
O amor é o amor; não se explica, só se sente...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Mudar mesmo quando não acreditamos na mudança


Todos nós sabemos o quanto é difícil mudar de atitude, mesmo que isso implique em seguir um caminho melhor.
O cérebro percorre automática e velozmente os caminhos neuronais já formados há muito tempo. Por isso, fazer o que nos é habitual é tão fácil. Mas quando se trata de formar um novo caminho neuronal, uma nova sinapse, é preciso tempo e esforço para seu aprendizado. É como quando aprendemos a dirigir. Primeiro, temos que prestar atenção em todos os detalhes, depois dirigimos sem ter de pensar no que estamos fazendo.
Assim também ocorre com as atitudes mentais, quando pensar e reagir de um determinado modo torna-se familiar e nossa reação é automática. Por exemplo, o hábito de sentir-se alvo de ataques externos. Por termos vivido muitas vezes agressões em relação à nossa pessoa, conhecemos o papel do "bode expiatório". No entanto, nem sempre estamos sendo atacados, mas facilmente nos sentimos alvo das agressões alheias... Identificar quando isto está de fato ocorrendo e nosso hábito de nos sentir atacados é a primeira tarefa do autoconhecimento. A segunda se trata de aprender a sair cada vez mais rápido do campo de batalha! Seja ele real ou imaginário...
Pema Chödrön comenta numa palestra sobre Felicidade (veja True Happiness em www.amazon.com) sobre três estados que nos encontramos diante das mudanças.
O primeiro é quando já compreendemos que uma atitude mental nos faz mal, então, saímos dela automaticamente. O segundo, quando já sabemos que nos faz mal, mas estamos parcialmente convictos de que somos capazes de mudar e, a terceira, quando sabemos que nos faz mal, mas acreditamos ser impossível mudar.
No primeiro estado, deixar de agir de um modo negativo já não exige mais esforço, pois se tornou uma escolha. Como desistimos de nos torturar, de nos sentirmos frustrados diante de certa atitude mental, toda vez que ela vem à tona naturalmente a identificamos e buscamos saídas efetivas para deixá-la.
Por exemplo, o ressentimento. Toda vez que percebemos que estamos ressentidos, lembramos de escolher deixar essa postura de nos sentirmos prejudicados. Esta lembrança é a sabedoria intuitiva que nos diz: "Procure uma saída, dê um salto, caia fora".
No segundo estado, apesar de estarmos convictos de que determinada atitude mental é negativa, nos sentimos propensos a permanecer nela. Seja porque ainda temos a esperança de tirar algum proveito desta postura ou porque nos sentimos tão familiarizados com ela, isto é, ela faz tão parte de nós, que duvidamos se somos capazes de mudar.
Facilmente nos encontramos presos neste estado, pressionados pela expectativa de sermos quem idealizamos ser e a realidade na qual nos encontramos.
Podemos já ter entendido que cultivar a atitude de que deveríamos ou poderíamos fazer isso e aquilo nada adianta, se não a colocarmos em prática. Viver em constante estado condicional nos leva a nos distanciar de nós mesmos! Afinal, quando estamos sob a custódia de idealizações exigentes, deixamos de nos sentir reais para nós mesmos!
Mas, apesar de já saber que de nada ajuda nos culparmos, nos colocarmos para baixo, ainda não temos a capacidade de mudar.
Neste segundo estado mental, a saída encontra-se em buscar o caminho do meio: nem nos exigir demais, nem nos denegrir. Assim, este estado de meia confiança pode tornar-se um possível ponto de partida. Nele, começamos a desenvolver a autocompaixão. Deste modo, tornamo-nos mais flexíveis e empáticos em relação a nós mesmos e aos outros. Lenta, mas, suavemente, o caminho obstruído começa a se abrir.
Pema Chödrön ressalta que neste momento é importante lembrar que não importa se nos consideramos merecedores ou não da mudança, porque a escolha de mudar não é uma questão moral baseada no julgamento de ser ou não merecedor de felicidade, mas sim da escolha de melhorar e progredir, isto é, de dar o salto.
Por fim, temos o terceiro estado: quando entendemos que a mudança é necessária e poderia nos trazer algo positivo, mas, simplesmente, não acreditamos sermos capazes de mudar.
Ficamos presos neste estado enquanto ainda acreditamos que esta atitude vai nos trazer algum benefício, mesmo que passageiro. Há algo que nos conforta diante da idéia de não termos que nos esforçar para mudar. Desta forma, enquanto não nos sentirmos angustiados, iremos permanecer tal como estamos. No entanto, inevitavelmente, uma hora ou outra, seremos tocados pela dor de tal atitude mental negativa. Então, cada vez que nos sentirmos novamente desesperados, estaremos mais descrentes que podemos encontrar uma saída. É um círculo vicioso: sofremos, nos acomodamos com o sofrimento e sofremos novamente, mais e mais...
Por isso, não vale a pena cultivar este terceiro estado. Uma maneira de passar deste estado sem saída, para o segundo -o da meia confiança- é reconhecer os momentos, mesmo que fugazes, de bem-estar.
O antídoto é a autocompaixão: despertar o desejo de se resgatar do próprio sofrimento. Assim, gradualmente nos tornamos receptivos para receber ajuda, seja alheia ou de nós mesmos, isto é, quando reconhecemos que temos recursos internos que não estávamos usando.
Mesmo sendo difícil mudar um padrão negativo, não nos resta outra escolha se não quisermos continuar sofrendo!
Não estamos condenados a sofrer para sempre. Aliás, a única virtude da negatividade é que ela também é impermanente!
Bel Cesar

O coração


O coração é a morada da alma. Nele, se dá o milagre da transmutação de nossas mazelas amorosas, -aquelas que são originadas pelas reações do ego, e que nos fazem cultivar sentimentos como raiva, ódio, ressentimento, rejeição, amargura- em uma outra forma de manifestação do amor, que é a compaixão.

Quando temos dificuldades de relacionamento é porque, geralmente, projetamos inconscientemente no outro nossas próprias fraquezas, como o individualismo, o egoísmo, a falta de segurança interior, então o olhamos com uma atitude de julgamento e crítica.

Um aprendizado fundamental é que nossas dificuldades e a dos demais seres humanos são semelhantes, senão iguais. Colocar-se no lugar do outro é uma arte que todos precisamos aprender, pois sem esta atitude compassiva, será impossível desenvolver o amor incondicional.

Não é nada fácil assimilar este aprendizado. Principalmente, quando a outra pessoa não é alguém próximo de nós, mas um estranho que está seguindo uma existência em total sintonia com seu lado sombrio, identificado com a energia da violência.

Neste caso, torna-se muito difícil olhá-lo e enxergar nele nosso semelhante. Mas a compaixão não se harmoniza com qualquer forma de julgamento, ou pelo menos, não com aquela que quer fazer justiça com as próprias mãos.

Quando um ser humano se desvia, por total inconsciência, do caminho do bem, a justiça é uma ferramenta para que ele tenha a chance de rever suas atitudes. Nem sempre isto acontece, pois depende de grau de evolução de cada um, mas sob a ótica espiritual, ele é um espírito em sua caminhada evolutiva que ainda não alcançou a luz.

Ao sofrermos qualquer ato que venha de alguém nesse estágio, a primeira reação é do ego, que quer a vingança, e não perdoa aquele que lhe causou algum mal.

Somente os que já despertaram algum grau de consciência, conseguem transcender esta reação humana e perdoar, pois sabem que há, naquele ser, ainda que esteja extremamente oculta, a semente do divino.

O perdão deve acontecer em nível de alma, pois, se ele não ocorrer, mesmo que vejamos a justiça ser feita, continuaremos a nutrir por aquela pessoa, um sentimento de ódio que nos afastará de nossa essência, que é o amor.

Independente de ter sofrido algum tipo de violência, algumas pessoas vivenciam um sentimento de vitimas diante da vida. Culpam tudo e todos à sua volta, pela sensação de infelicidade que experimentam.

Quando a vida se torna muito difícil e tudo parece dar errado, é o momento de pararmos e refletirmos, pois este pode ser um sinal de que nos distanciamos demais de nosso coração.

De que, ao invés do caminho que nos leva ao autoconhecimento, erramos a trilha e acabamos nos conduzindo para o auto-engano. Redescobrir a fonte interior de amor, com a qual todos chegamos a este mundo, é a saída para que não levemos uma existência baseada na dor e no sofrimento....".

Você não sabe o que é a música do silêncio. Você só conhece uma maneira de se comunicar, e essa é verbal, por intermédio da mente.

Você não sabe como se comunicar por intermédio do coração, coração a coração, em silêncio.Você não sabe como se comunicar apenas estando ali presente, por intermédio da sua presença. Você está evoluindo, e os padrões antigos de comunicação estão ficando insuficientes. Você terá de desenvolver novos padrões de comunicação não-verbal. Quanto mais alguém amadurece, mais necessária é a comunicação não-verbal.

A linguagem é necessária porque não sabemos como nos comunicar. Quando sabemos como fazê-lo, pouco a pouco, a linguagem não é necessária. A linguagem é apenas um meio muito primário. O meio verdadeiro é o silêncio.

Portanto, não tome uma atitude errada; do contrário, irá parar de crescer. Nada faz falta quando a linguagem começa a desaparecer; essa é uma idéia errada. Algo novo tem de aparecer, e os antigos padrões não são suficientes para contê-lo.

Você está crescendo e suas roupas estão ficando apertadas. Não é que esteja faltando algo; algo está sendo acrescentado a você a cada dia.

Quanto mais você medita, mais você ama e mais se relaciona. E, por fim, chega o momento em que apenas o silêncio convém. Assim, da próxima vez em que estiver com alguém e não estiver se comunicando com palavras, e sentir-se pouco à vontade, fique feliz. Mantenha o silêncio e deixe que o silêncio estabeleça a comunicação.

A linguagem é necessária para aproximar pessoas com quem você não tem um relacionamento amoroso. A não-linguagem é necessária para pessoas com quem você tem um relacionamento amoroso.

É preciso tornar-se inocente outra vez como uma criança, e calado. Os gestos sairão - às vezes vocês sorriem e dão-se as mãos, ou às vezes vocês apenas ficam em silêncio, olhando um nos olhos do outro, sem fazer nada, só estando ali, presentes.

As presenças se encontram e se fundem, e algo acontece que só vocês sabem. Só vocês, com quem está acontecendo - ninguém mais vai saber, tal a profundidade em que acontece.

Aproveite esse silêncio; sinta-o, prove-o e saboreie-o. Logo você vai ver que ele tem a sua própria comunicação; que ela é maior, mais elevada, mais secreta e mais profunda. E que a comunicação é sagrada; há uma pureza em torno dela".

Osho, em "Intimidade: Como Confiar em Si Mesmo e nos Outros".

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Perda de peso

Tudo é energia.
 
Toda palavra que você diz é energia.
 
Todo pensamento que você tem é energia.
 
A energia tem que ir para algum lugar ou senão ela retorna para a Fonte.
 
Quando ela retorna para a Fonte, ela se transforma por causa do pensamento que foi ligado a ela. Por exemplo, pensamentos positivos saem e são usados; as palavras positivas que são ditas criam mais energia positiva. Elas motivam, criam, fortificam.
 
Pensamentos negativos fazem uma entre duas coisas: ou eles criam medo, dúvida, insegurança ou qualquer outra emoção negativa, ou eles retornam; e porque eles não foram utilizados, eles retornam à Fonte negativa.
 
Energia estagnada, não utilizada se torna exatamente isso - estagnada.Palavras negativas têm o mesmo efeito.

Quando uma pessoa não tem motivação, quando ela faz um juízo depreciativo a respeito de si mesma, quando ela tem medo ou dúvida sobre tudo, ela cria energia negativa. Se ela diz palavras negativas, essas palavras destroem; criam medo, dúvida e insegurança naqueles a quem elas foram dirigidas.

Isto então cria bloqueios no corpo espiritual - denominado chacras - o que por sua vez afeta os correspondentes componentes físicos do corpo que são as glândulas.

Quando as glândulas não estão funcionando apropriadamente, o corpo não funciona de forma adequada porque a energia está bloqueada e não pode ir para onde ela deve ir.

O corpo espiritual e o corpo físico são um, e não separados como sempre se pensou. Os corpos físico, emocional, mental e espiritual funcionam todos juntos como um, e não separados uns dos outros.
 
Quando eles estão em equilíbrio, o corpo todo está em equilíbrio.
 
Se um corpo estiver fora da sincronicidade, então isto afeta o fluxo de energia, e normalmente essa energia vai para dentro e de volta à Fonte.
 
As pessoas que têm problemas com o peso - que estão tanto acima quanto abaixo do peso, com anorexia ou bulimia - elas têm este problema porque não permitem que a energia flua.
 
Essas pessoas quase sempre são inseguras ou têm medo ou outras emoções negativas.
 
Este problema também pode estar ocorrendo encarnação após encarnação, fazendo parte de vida após vida - como um bolo dinamarquês com camadas - camada sobre camada sobre camada.
 
Não é o peso que é o problema, é a causa do peso - de onde ele vem originalmente é o problema.
 
Quando a causa é descoberta, a pessoa normalmente perde peso e não o recupera mais.
 
Não são as calorias que você consome, tal como vocês humanos as chamam, mas o fato de que você come para fornecer graça à sua vida. Você come para confortar a si mesmo nas horas de medo, dúvida ou insegurança.
 
Quando você descobre o curso dessa dúvida, medo e insegurança, então você não mais precisa comer do modo como você comia.
 
Normalmente é o caso daqueles que têm problema de peso e não têm motivação para os exercícios. Eles não gostam de ser vistos por causa de seu peso, então outro cenário é criado: as pessoas com sobrepeso não fazem exercícios porque elas não conseguem se motivar.É um círculo vicioso.
seus problemas a partir desta encarnação, mas se o problema não for clarificado a nível espiritual através de vidas passadas ou terapia de encarnações, o problema retornará.
Aqueles que trabalham profissionalmente com perda de peso têm somente uma parte da resposta. A resposta repousa na energia, e o fato de que essa energia deve ir para algum lugar.

Assim que algo é dito ou pensado, ele tem que ser criado. Se ele não for criado, ele retorna para a Fonte. Quando ele retorna para a Fonte, ele é modificado. Se foi algo positivo, ele pode ajudar o corpo físico (através do sistema glandular) a ficar bem, tal como a energia positiva através das mãos de um curador ou de um terapeuta. Se foi algo negativo, ele bloqueia o sistema glandular e cria uma disfunção ou até uma doença.
 
Descubra a causa do seu problema e você encontrará a resposta para o seu ganho de peso.Mas também observe o condicionamento de vidas passadas.
 
Muitas almas encontram a solução para
 
Maitreya
 
Você precisa chegar à fonte original e então ele deixará de existir - para sempre.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Organização e felicidade são irmãs gemeas


Imagine que você chega em sua casa depois de um longo dia de trabalho e encontra um ambiente bagunçado e sujo. Roupas para lavar, limpeza para fazer, tudo para organizar... Como você se sente? Triste, cansado e em alguns casos até deprimido...

 
Agora imagine entrar em sua casa e encontrar um ambiente extremamente limpo, com um cheirinho de perfume agradável, tudo está decorado, organizado e ainda com uma música suave e agradável acariciando seus ouvidos. Qual é a sensação? Leveza, felicidade, harmonia, bem estar, conforto, carinho, amor...

 
Quando um ambiente está desorganizado ou sujo, ele é apenas o reflexo externo de nosso ambiente interno. Observando nosso carro, bolsa, casa, nossa mesa de trabalho ou mesmo nossos armários, podemos observar como nosso eu interior tem se comportado e como está a nossa satisfação com relação aos nossos pensamentos, sentimentos e emoções. Através da meditação, mantras, yoga, do reiki, de uma respiração correta e outras milhares de maneiras, podemos conquistar o sonhado equilíbrio que traz a felicidade. E tusso isso parte de um ponto: colocar cada coisa em seu lugar!!! Sejam essas coisas materiais ou imateriais. Organizando nosso sistema interno, automaticamente o ambiente externo vai se ajeitando, pois pelo princípio da mandala, toda energia se expande a partir de um ponto central: nós mesmos. Nós somos o núcleo energético do ambiente onde habitamos e nos relacionamos, determinando internamente o resultado externo, através do que pensamos e sentimos. De nós mesmos parte a intenção de harmonia e bem aventurança.

 
Assim como a organização interna gera a externa, o contrário também prevalece: quando começamos a arrumar fora, nossas sensações melhoram, nos sentimos bem e automaticamente nossas emoções se sutilizam, surgindo a harmonia.

 
Lembre-se sempre:

 
Organização gera método, ação e intenção.Método, ação e intenção geram disciplina.

 
Disciplina gera prática.Prática ( talvez a maior das mestras ) gera resultados satisfatórios.

 
Resultados satisfatórios geram autoconfiança.

 
Autoconfiança gera autoestima e bem estar.

 
Autoestima e bem estar geram felicidade.

 
Com felicidade atraímos um melhor estado vibrátil e mais felicidade ainda. com sentimentos nobres e positivos.

 
E assim evoluímos.

 
Se você tem dificuldade para se organizar, comece pelas pequenas coisas. Primeiramente planeje, pense em como vai fazer e quando. Agende um horário consigo mesmo!!! Arrume sua mesa de trabalho, por exemplo, libertando-se de papéis e objetos desnecessários. Desnecessário é tudo aquilo que você não precisa ou não usa há muito tempo, ou seja, há mais de seis meses.

 
O que você utiliza muito, deixe mais perto de você, criando uma escala de distância de acordo com a periodicidade de utilização.

 
Quando se trata de roupas e utensílios domésticos, podemos doar, criando em nossa vida o princípio do vácuo, abrindo espaço para que o universo nos envie abundância e prosperidade. Objetos inúteis possuem energia parada, o que difere dos princípios universais de movimento e ação.

 
Conforme vamos arrumando bolsas, gavetas e armários, todos os nossos espaços se organizam, trazendo qualidade de vida, alegria e satisfação pessoal.

 
Organize sua vida financeira. Esse é um dos fatores mais importantes para que tenhamos paz de espírito. Dívidas geram laços energéticos pesados, pois credores insatisfeitos emanam uma nuvem de cobrança sobre o devedor e isso afeta seu sistema emocional. Negocie suas dívidas, parcele dentro de seu orçamento para conquistar qualidade de vida e emoções mais amenas, mais sutis. Organize sua renda, reservando percentuais para necessidades básicas, poupança para despesas de longo prazo, diversão, doações e outros pontos que você desejar. Organize-se como se você recebesse 70% de sua renda e reserve os outros 30% para economia ou poupança. Gastando menos do que ganha, você se sentirá mais tranqüilo e feliz, pois saberá que se precisar de dinheiro, ele estará reservado para o que você necessitar. Depois de organizar um método, o respeite com disciplina para conquistar a liberdade que o sucesso financeiro pode lhe proporcionar. Não deixe para depois. Comece agora, já... Até quando você vai ficar sofrendo com uma vida financeira desequilibrada?

 
Quando nos organizamos em pequenas coisas, essa sensação vai migrando para todas as áreas de nossas vidas.

 
Organização precisa de atitude!!! Atitude é movimento, a lei natural que nos mostra os ciclos e a roda da vida girando. Esses movimentos presentes em tudo o que observamos, desde as estações do ano, os dias da semana, os ponteiros de um relógio ou a natureza em sua totalidade e sabedoria, refletem nossos movimentos internos, pois somos seres naturais que obedecemos às mesmas leis que regem o universo: somos parte dele; e a organização e harmonia da divindade mora em cada uma de nossas células. Quando estamos conectados com essa divindade, obedecemos e observamos os ciclos naturais, que são antes de qualquer coisa, organizados magicamente pelo criador.

 
Então amigo, o que está esperando?

 
Organize-se e seja feliz!!!
Patricia Candido

Dever cumprido

Quantas vezes trilhamos um caminho que pode não nos trazer aquele retorno financeiro almejado, mas em contrapartida, nos deixa em pé de igualdade diante daquilo que viemos fazer aqui, neste planeta escola chamado Terra. Que nos mostra que sem darmos, não recebemos. Que se não nos doarmos em prol de algo maior, os caminhos também não se abrem. Muitas vezes as portas se mostram após estarmos fazendo nossa parte, despreocupados, porém cientes do nosso papel perante aqueles que oferecemos o pouco que sabemos.



Abro um parêntese aqui, pois nosso pouco é muito para muita gente. Um dia, alguém também nos motivou com o que sabia naquele momento. Seja em uma conversa informal, seja em um momento em que paramos nossa corrida diária, seja em um curso, seja em uma palestra, seja dentro de um consultório... Enfim, onde o universo através do seu sincronismo atraiu para nós pessoas e situações que poderiam nos tocar, portanto, ensinar.



Por falar em ensinar, já percebeu que constantemente estamos ensinando? Mesmo que não queiramos, nós estamos. A pergunta a ser feita: o que estamos instruindo? Afinal, estamos através do que deixamos transparecer dos nossos pensamentos, das palavras, dos atos e das atitudes estamos formando opiniões. Em outras palavras: educando. Somos eternos professores e aprendizes nesta senda da vida.

Perante aquilo que deixamos, plantamos uma semente. Esse é o nosso compromisso, plantá-la e deixar a critério da pessoa se ela irá ou não germinar. Contudo, na hora certa para aquela pessoa, e não na hora que nós achamos ser certa. Fazer a nossa parte e como resultado, perceber a sensação de que foi feito algo positivo? Uma satisfação por algo tão pequeno ter feito tanto sentido na vida de alguém? Observar uma mudança no olhar? Uma atitude comportamental que demonstra reflexão?



Sim?

Parabéns! Dever cumprido!



Dever cumprido perante o auxiliar daquele que quer este auxílio. Dever cumprido, pois quem ensina, aprende duas vezes. Dever cumprido, pois quando passamos adiante uma informação nos tornamos multiplicadores. Dever cumprido, pois quando compartilhamos, crescemos juntos. Dever cumprido, pois quando doamos, recebemos do universo muito mais. Dever cumprido, pois quando dividimos, estamos na verdade somando. Dever cumprido, pois quando com igualdade vemos nossos semelhantes na mesma caminhada que nós estamos evoluindo cada dia mais.

Quando vemos que fazemos parte de uma engrenagem maior, não há como negar mais este chamado. O pedido divino para nos tornarmos úteis ao universo.

Portanto, caro leitor, quando alguém pedir sua ajuda, seja na rua, no trabalho, independente de você ser ou não terapeuta (E olha que existem muitos terapeutas não formais por aí, como os amigos, por exemplo) pare. Dedique um minuto do seu tempo e com todo carinho e atenção ouça o que está pessoa tem a lhe dizer ou perguntar. O plano espiritual não tira férias para conosco, por que haveríamos de tirar em relação ao nosso próximo?

Tome cuidado para não ser conivente com o que vê em seu entorno. Principalmente com os que lhe rodeiam diante daquilo que você percebe e lhe deixam uma porta aberta para auxiliar e você finge não ver.

Nós temos nossa parcela de contribuição para que o todo se torne melhor. Comece prestando atenção, pois afinal, não podemos invadir o livre arbítrio da pessoa, mas, diante do seu pedido, tudo se torna possível. Afinal nada é impossível para o mar de possibilidades que o universo nos mostra.



Dever cumprido. Duas palavras que engrandecem nosso ser. Que nos mostram que estamos no caminho certo. Quanto mais vezes a sentirmos, melhor!

E você? Quando foi a última vez que sentiu a sensação de dever cumprido? Ontem? Hoje? Ótimo! Não lembra? Ops... Está na hora de refletir sobre seus dias, voltar a prestar a atenção no que está acontecendo ao seu redor e interagir mais com o seu hoje, pois o presente é só o que temos.



Não fique triste, todo dia é hora para parar, refletir, mudar e com isso, recomeçar. Quem já não fez esta parada, em algum setor da sua vida, que se acuse. 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Deixando de recriar padrões


Todos nós temos uma tendência a repetir padrões de comportamentos em nossos relacionamentos, e estes se intensificam principalmente nos relacionamentos afetivos. Por mais amor que recebamos durante a infância, parece que nunca é suficiente e, inconscientemente, estamos sempre buscando preencher e encontrar o que não recebemos de nossos pais. A intenção não é de forma alguma culpá-los, que com certeza nos deram o que tiveram ou até se superaram para não repetirem o que receberam, mas como podemos perceber, os padrões se repetem. Se você tem filhos já deve ter percebido muitas vezes que aquilo que disse a si mesmo que não repetiria, de repente, se vê fazendo exatamente igual. E isso acontece com muito mais frequência do que gostaríamos.
Inconscientemente, todos tendemos a reproduzir a situação já conhecida da infância na escolha de um parceiro. Muitas vezes a escolha será de acordo com aspectos semelhantes aos do pai e/ou da mãe. Sim, você pode achar um absurdo fazer uma escolha como essa, mas acontece. Procure pensar em algumas características de seu pai e/ou sua mãe e compare-as com as do seu parceiro. Algo em comum? Pense com calma, faça uma reflexão profunda. Você poderá descobrir muitas coisas sobre seu relacionamento. Ou sobre sua última relação afetiva. Geralmente, descobrimos em comum as queixas que tínhamos de nossos pais. Pode ser que ao ter conhecido seu atual parceiro isso não tenha sido percebido, mas com o passar dos anos... pode ficar muito claro.
Muitas pessoas sequer têm consciência do sofrimento do passado e muito menos do quanto pode estar afetando sua vida atual. Mas afeta, pois quando crianças não tínhamos como entender o que estava faltando ou nem mesmo que houvesse algo faltando. E muitos adultos, continuam não percebendo as necessidades que trouxeram de quando crianças. Você pode até se lembrar de ter tido uma infância feliz, e pode ser que tenha tido mesmo, mas também pode ser que aquilo que o feriu profundamente tenha ficado muito bem escondido em alguma parte de seu ser, mas de alguma forma se faz presente neste momento. Mesmo que você tenha dificuldades em aceitar que seu passado ainda interfira em sua vida, isso não é o suficiente para não afetá-lo.
Para identificar o quanto o passado ainda interfere em sua vida, pense em um problema que esteja vivendo no momento. Para isso, procure não usar a razão. Evite também pensar que seu problema atual seja por culpa de alguém, isente ainda a raiva, a ansiedade, suas frustrações, isso seriam as justificativas racionais para tal problema. Considerando tudo isso, pense novamente num problema atual, sem racionalizações, sem defesas, sem justificativas. Qual é a resposta? Vamos supor que sua resposta tenha sido que o problema atual seja não ser amado. Agora olhe para trás e procure lembrar-se de sua situação com seus pais: o que lhe deram, como se sentiu realmente em relação à sua infância? Talvez você perceba que a mesma mágoa ou dificuldade de antes é a mesma do momento atual. Considerando o exemplo acima como problema atual sendo não ser amado, poderemos encontrar no passado exatamente a mesma necessidade: não ter sido amado, ou ao menos, não amado como gostaria de ter sido. Eureka!!! E agora? Você pode agora perceber que sua necessidade inconsciente em recriar sua mágoa da infância não se faz necessária conscientemente. Ou seja, você pode parar de recriar situações da infância, que em geral, são em busca de amor, atenção, reconhecimento, ao tornar consciente o que até o momento estava totalmente inconsciente. E o que tudo isso tem haver com a escolha dos parceiros? Tudo. Se conseguir identificar o que está buscando, por exemplo, amor, não irá mais buscar de uma maneira impulsiva e muitas vezes até inconsequente. É muito diferente quando sabemos o que necessitamos e nos tornamos responsáveis por suprir nossas necessidades emocionais, de quando fazemos isso de forma cega, no escuro, ou seja, de maneira inconsciente.
Quando o conflito da criança é percebido conscientemente não haverá mais a necessidade de recriar situações semelhantes. Isso acontece com o intuito de que ao recriar a situação já conhecida e não resolvida da infância, você possa agora resolvê-la. Mas na verdade, só a resolvemos quando a enxergamos, quando conseguimos torná-la consciente. Para isso é importante muita reflexão, observação, principalmente dos seus sentimentos, ou seja, é preciso autoconhecimento. Quais são os sentimentos que você tem tido? Responder essa pergunta pode ser um bom começo. O que você espera de seu parceiro e que não tem recebido? Será que não é exatamente aquilo que não recebeu de seus pais? Concorda que o que seus pais não lhe deram é muito difícil alguém te dar? Por quê? Simplesmente porque não são seus pais. Essa é uma diferença importantíssima e que deve ser considerada, pois assim poderá sim desejar amor e ser amado, mas não irá esperar que esse amor compense aquilo que não recebeu. Compreenda e perdoe aqueles que não lhe deram o que você esperava. Libertando-os, estará libertando a si mesmo
Rosemeire Zago