A sombra só é ameaça quando
não é
reconhecida. Só pode ser prejudicial
quando
negligenciamos identifica-la com atenção,
respeito e afabilidade.”
Ermance
Dufaux
Repito duas vezes, em voz alta, essas frases: “NINGUÉM, MAS NINGUÉM MESMO, PODE
TIRAR MINHA PAZ E MEU EQUILÍBRIO! EU ADORO MINHA VIDA! EU ME AMO
ABUNDANTEMENTE! EU TENHO PLENA FÉ NO DEUS NOSSO PAI!”
Observe que depois de dizer isso, bate por dentro uma sensação de que isso é
mentira e que esses conceitos não são aplicáveis ou verdadeiros.
Sabe quem faz você pensar dessa forma? É o seu sabotador interno!
Chamamos assim todas aquelas programações mentais que conspiram contra nosso
equilíbrio e nossa paz interior.
Esses sabotadores se escondem em hábitos, modos de pensar e comportar e,
sobretudo, na forma de sentir. A raiz dessas estruturas mentais também pode ser
chamada de crenças. São as crenças que determinam como vemos ou sentimos a
nossa vida.
Existe uma crença que é muito antiga na vida mental de muitas pessoas: é a
crença do desvalor pessoal que nos envolve em uma energia de inferioridade e
incapacidade de se proteger perante a vida. Ela responde pela baixa autoestima,
pela sensação de abandono e incapacidade que costumamos experimentar.
Talvez possamos mesmo afirmar que esse é o maior inimigo que temos em nossas
vidas, porque anda conosco o tempo todo. Está presente em cada acontecimento,
em todos os lugares, causando um doloroso nível de estresse por meio de
conflitos e sentimentos de insegurança ante os desafios da vida.
Saber lidar com esse sabotador interno é assunto para um livro, mas vamos
anotar algumas reflexões nesse artigo no intuito de colaborar com medidas
práticas na educação desses processos interiores.
Para vencer seu sabotador interno, temos alguns passos:
1- Saber da existência dele.
Muita gente nem sabe que tem esse inimigo interno.
2- O que primeiro você precisa
identificar são as crenças que ele usa como base para erguer as suas
artimanhas. Isso pode, em alguns casos, exigir ajuda especializada para ser
descoberto.
3- Aprender como ele age dentro
de você usando essas crenças. Habitualmente, ele se utiliza de cinco
sentimentos para isso: medo, culpa, mágoa, orgulho e tristeza.
4- As situações mais típicas de
quem cai em suas garras são: nível alto de cobrança, crítica de desvalorização, preocupação
excessiva, sensação de frustração por não conseguir controlar fatos e pessoas,
ansiedade e angústia.
5- O sabotador interno não
suporta ser olhado nos olhos, ou seja, é a única forma de você superá-lo.
Conversar com ele, dizer a ele que agora você está no comando. Que agradece
pelas suas investidas, mas quem escolhe é você. Essa atitude de meditação é a
solução para adquirir consciência e domínio sobre suas movimentações. Claro que
isso é um treino e não vai ser conseguido com uma ou duas tentativas.
De alguma forma, fazer contato com nossos sabotadores internos pode ser
trabalhoso no início, mas há de trazer inúmeros benefícios na construção de uma
relação mais pacífica e amigável conosco mesmo. Não há como nos amar sem travar
contato com esse aspecto sombrio de nossa vida mental. Somente conhecendo bem
esse terreno do inconsciente, podemos transformá-lo em forças positivas e
poderosas em favor do nosso bem-estar emocional.
No meu trabalho profissional, em alguns casos, com alguns clientes, chegamos a
dar nome a esse sabotador no intuito de começar um relacionamento paciente e
educativo. Isso funciona.
Quando deixamos de domar as nossas inclinações, abdicamos de fazer luz no
caminho. Essa a razão pela qual, o quanto antes, é recomendável uma amizade com
nossos sabotadores que, em última análise, na verdade nos convocam a novas
posturas perante a vida, o nosso próximo e nós próprios.
Como diz Ermance Dufaux: “A sombra só é ameaça quando não é reconhecida. Só pode ser
prejudicial quando negligenciamos identificá-la com atenção, respeito e
afabilidade.”
REVISTA CRISTÃ DE
ESPIRITISMO - POR WANDERLEY OLIVEIRA
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