Há tempo de rever velhos
conceitos que carregamos durante décadas e não nos damos conta de que já estão
ultrapassados.
Ainda há tempo de terminarmos aquele curso que
interrompemos, por falta de dinheiro ou de paciência ou porque alguém nos disse
que não deveríamos fazê-lo.
Ainda há tempo de parar de fumar, de fazer
exercício e de aprender a nadar.
Ainda há tempo de olhar para a vida sob outra ótica
e melhorarmos a sua qualidade, deixando de lado as preocupações que nos atormentam
na hora de dormir.
Ainda há tempo de ensinarmos nosso filho a andar de
bicicleta e a jogar xadrez, de contarmos histórias, tempo de escutarmos os mais
velhos.
Ainda há tempo de amar, de chorar, gargalhar, de
sair na chuva sem culpa por chegar molhado e sem medo do resfriado.
Ainda há tempo de comprar um cachorro, de ouvir
Jimmy Hendrix e de tomar um cuba-libre; tempo de sentar na calçada e atravessar
a madrugada sem pensar em nada.
Ainda há tempo de escrever um livro, de fazer uma
horta e de comer jabuticaba do pé; tempo de cantar no chuveiro e assistir uma
ópera.
Ainda há tempo de saltar de pára-quedas, de voar de
asa-delta, de fazer serenata, de namorar e beijar na boca.
Ainda há tempo para ser poeta, de estudar filosofia
e conhecer a Vila Madalena; tempo de ir com a amada comer feijoada e trocar
confidências.
Ainda há tempo de comprar uma moto, de fazer rapel
ou andar de jipe; tempo de ter dezoito ou noventa anos com saúde e honestidade.
Ainda há tempo de fazer um spaghetti, de abrir um
vinho, comer pastel na feira e de encarar uma fila de banco no dia cinco de
cada mês.
Ainda há tempo de tomar café no aeroporto de
madrugada e de ler a manchete fresquinha do jornal de domingo.
Ainda há tempo de sair mais cedo do escritório pra
jogar boliche ou andar de kart.
Tempo de sair da janela e ir lá embaixo enfrentar o
tráfego só pra chegar em casa mais cedo.
Ainda há tempo de acreditar em Deus, tempo de rezar
por um ente querido que se foi, de abrir o coração e reconhecer que erramos.
Ainda há tempo de corrigir erros do passado,
praticar a humildade e fazermos aquilo que, no fundo, sabemos que tem que ser
feito, surpreender.
Ainda há tempo de limpar a gaiola do passarinho, de
levar o cachorro pra passear e conversar com seu vizinho.
Ainda há tempo de dar o real valor a você aos que
lhe amam.
Há tempo de saber que a vida é como uma roda em
movimento ladeira abaixo. Se parar, ela irá cair; se não for dirigida ou
contida, irá destruir quem encontrar em seu caminho.
Portanto o ainda não existe, tudo depende de nós e
sempre haverá um tempo para a vida.
O tempo não para, e o ainda pode passar.. aproveite
enquanto ainda há tempo..
Nelson Sganzerla
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