quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A carência afetiva é um mal que atinge todas as faixas etárias, culturas e classes sociais.  É pior que a gripe, que vem e vai embora, ou uma doença que mata de vez. É um mal que consome as pessoas devagarinho.
A indiferença da sociedade atual face aos problemas do mundo, faz com que as pessoas sintam-se sozinhas e carentes.  Preferimos fechar os olhos ao que se passa ao nosso redor (e mesmo fora dele!) do que enfrentar a realidade da vida dos outros, dos seus problemas. Há cada vez mais pessoas solitárias enquanto a população cresce.
As pessoas têm sede de amor. O problema é que raramente querem ser fonte. E nessa engrenagem há muita gente infeliz. Então corre-se de um lado para o outro, alguns tentam achar compensação a nível profissional, outros em religiões, crenças e seitas. 
A internet também faz parte desse mundo. Fecha-se aqui, procura-se amores, amizades e certezas de que alguma coisa ainda existe capaz de compensar a falta de afeto. E enganam-se. Engana-se os outros e a si mesmo. 
Quando Jesus andou na terra, tenho certeza que não precisava de nada. Ele era auto-suficiente. Apesar disso, viveu tudo: Ele andou, trabalhou, se entristeceu, chorou, sentiu fome, angústia, dor, morreu e ressurgiu. E vivendo tudo isso, amou. Amou até o fim, até pedir perdão para os que o crucificaram. E tudo o que Ele viveu, foi para nos mostrar o exemplo. De nada serviria se Ele tivesse pregado e não vivido as próprias palavras. Como nós. Mais que falar, precisamos viver.
O dia que as pessoas compreenderem que a solução está dentro delas mesmas, então o mundo terá uma chance de sair desse caos. Se você quer ser amado, ame! Quer receber um sorriso? Sorria! Quer receber e-mails? Mande! Quer carinho? Dê ternura até não agüentar mais. Quer atenção? Seja atencioso!
Talvez não funcione imediatamente. É um remédio que precisa de um tempo para começar a fazer efeito. Mas, quando você estiver curado interiormente, vai ser outra pessoa, de maneira tal que será impossível não receber de volta a felicidade que espalhou.  Temos a mania de querer comprar tudo. Mas muitas coisas da vida precisamos plantar, cuidar e colher com nossas próprias mãos. Nem tudo se vende e se compra e afeto faz parte dessas raras coisas.
Não amamos a Deus por que Ele nos amou primeiro? Então, vivamos de maneira que possamos ser os primeiros a dar afeto, amor, atenção. Sejamos os antídotos do ódio e da indiferença. Tudo o que virá após, será compensação. Estaremos contribuindo assim para uma sociedade mais humana, mais justa e mais equilibrada.

Letícia Thompson

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