segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ser psicóloga


Ser psicóloga é uma imensa responsabilidade.
Não apenas isso, é também uma notável dádiva.
Desenvolvemos o dom de usar a palavra, o olhar, as nossas expressões e até mesmo o silêncio.
O dom de tirar lá de dentro o melhor que temos para cuidar, fortalecer, compreender, aliviar...
Ser psicóloga é um ofício tremendamente sério, mas não apenas isso, é também um grande privilégio.
Pois não há maior, que o de tocar no que há de mais precioso e sagrado em um ser humano: seu segredo, seu medo, suas alegrias, prazeres e inquietações.
Somos psicólogos e trememos diante da constatação de que temos instrumentos capazes de favorecer o bem ou o mal, a construção ou a destruição.
Mas ao lado disso, é que desfrutamos de uma inefável bênção que é poder dar a alguém o toque, a chave que pode abrir portas para a realização de seus mais caros e íntimos sonhos.
Quero, como psicóloga aprender a ouvir sem julgar, ver sem me escandalizar e sempre acreditar no bem.
Mesmo na contra-esperança, esperar.
E quando falar, ter consciência do peso da minha palavra, do "conselho", da minha sinalização.
Que as lágrimas que diante de mim rolarem, pensamentos, declarações e esperanças testemunhadas, sejam segredos que me acompanhem até o fim.
E que eu possa ao final ser agradecida pelo privilégio de ter vivido para ajudar as pessoas a serem mais felizes.
O privilégio de tantas vezes ter sido única na vida de alguém que não tinha com quem contar para dividir sua solidão, sua angústia, seus desejos, seus sonhos.
Alguém que sonhava ser mais feliz, e pôde comigo descobrir que isso só começa quando a gente consegue realmente se conhecer e se aceitar.

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