Quantas vezes não reclamamos que a vida é tão complicada, repleta de adversidades que nos fragilizam?
Que mal resolvemos um problema, surge outro, ou em certos momentos estamos rodeados por inúmeras dificuldades que nem sabemos por onde começar?
Sim, a vida apresenta muito desses momentos...
Mas ela também apresenta outras circunstâncias e será que estamos sendo capazes de percebê-las?
Quantas vezes acordamos e no banho, deixamos que água não lave apenas nosso corpo, mas também a nossa alma?
Aproveitando aquele momento para relaxarmos, tirar a tensão e simplesmente sentirmos que estamos vivos, sim, vivos e cheios de oportunidades?
Ou apenas terminamos de acordar debaixo do chuveiro, já reclamando que ainda estamos com sono...
Desfrutamos calmamente do nosso café da manhã, saboreando cada alimento, agradecendo por nada faltar em nossa mesa e percebendo pela janela, as primeiras luzes que chegam, anunciando um novo dia?
Ou durante as nossas refeições apenas existem reclamações, brigas, lamentações e sentimentos tristes que acabam impedindo que a espiritualidade possa se aproximar e abençoar nossos alimentos?
Quantas vezes, ao nos alimentarmos, esquecemos de manter a serenidade, nos envolvemos no desequilíbrio e nem percebemos o quanto de energia negativa também estamos absorvendo nesse momento.
Ao sairmos de casa, lembramos de agradecer ao Pai pela nova oportunidade concedida com a manhã que chega e pedindo também o seu amparo, a sua inspiração para enfrentarmos os desafios e podermos, mesmo com tormentas, enxergar a luz a nos acompanhar?
Ou saímos entediados, cabisbaixos, achando que o mundo na verdade é um carrasco e que carregamos um fardo pesado demais?
Pelo caminho, observamos as flores que começam a brotar?
A paisagem que vai nascendo?
Ou é o trânsito que tira nosso humor?
Esquecemos do Evangelho que tanto buscamos e na primeira curva, perdemos a paciência?
Deixamos que a chuva nos irrite ou caminhamos, nem que seja por instantes nessa chuva, sentindo que ela vai banhando nossa alma...
Valorizamos o que já conquistamos materialmente, assim como, o quanto já evoluímos espiritualmente ou apenas nos frustramos pelos bens ainda não conquistados, pelo sucesso alheio, valorizamos apenas nossos fracassos e nos prendemos a imagem de inferioridade, de incapacidade?
Abraçamos as pessoas, trocando energias verdadeiras, fazendo desses encontros verdadeiros passes que revitalizam nosso Espírito?
Ou a pressa é tanta, que nem percebemos quem cruza nosso caminho...
Conversamos com o outro, olhando nos olhos?
Ou sempre estamos a fazer mil coisas ao mesmo tempo...
Sabemos parar e ouvir? Simplesmente ouvir...
Ou sempre precisamos dizer algo?
Também abraçamos o silêncio interno por alguns instantes, apenas sentindo esse momento, deixando que as reflexões cheguem naturalmente...
Ou sempre precisamos estar em movimento, o silêncio para nós, representa um martírio e não conseguimos deixar que ele se aproxime?
Ficamos revoltados pela falta de grana para irmos aquele evento tão bacana e assim, ficamos presos ao desânimo, não encontrando alegria em nenhum outro lugar...
Ou descobrimos a felicidade em compartilhar momentos com nossa família, com as pessoas que amamos e são importantes em nossa vida.
Talvez rolando pelo chão com nossos filhos, transformando o sofá em cabana, reunindo os amigos, assistindo uma comédia e comendo pipoca de microondas...
Choramos por não podermos comprar aquele presente tão bonito...
Mas será que estamos esquecendo dos presentes mais valiosos que estão ao nosso lado e não custam nada?
Um olhar de amor...
Um sorriso que aquece...
A mão que se estende quando mais precisamos...
O abraço que nos dá vida...
Palavras que alegram nosso coração.
A benção da vida..
E a oportunidade de evolução concedida ao nosso Espírito?
Estamos presos às doenças do corpo, enumerando sintomas, afligindo-se com dores, perdidos em medicamentos e nos apavorando com idéias negativas...
Ou, sentimos que a doença é a oportunidade de renovação, é o momento de recomeço, de fortalecer o Espírito, de valorizar a vida e voltar a buscar por ela, mas através de novo caminho, um caminho de renovação...
De que a dor não é jamais eterna, que nos leva as verdadeiras reflexões e nos mostra outros horizontes...
Diante do ente querido que muito padece, nos desesperamos, perdemos a nossa fé, nos entreguemos as trevas?
Ou mesmo nos sentindo fragilizados, com lágrimas nos olhos, nos voltamos para o Alto, pedimos auxílio, sentimos a espiritualidade que se aproxima e compreendemos que a Luz está conosco, iluminando todo o ambiente, cooperando com a equipe médica e também espalhando os bons fluídos pela atmosfera...
Nunca estamos sozinhos!
Sonia Carvalho
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