segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O pensamento e a mediunidade



O pensamento é uma função da inteligência dos Espíritos. Ao contrário de muitas opiniões, o pensamento não nos é imposto, não é determinado por Deus e não é imutável. Todos os nossos pensamentos são de nossa escolha, mesmo quando aceitamos ou assimilamos os de outras pessoas ou Espíritos. Essas escolhas correspondem com nossa forma de ser, nossas aptidões, sentimentos, conhecimentos, tendências, experiências, gostos, aspirações, temores, desejos, orgulho, inclinações, e tudo o mais que nos caracteriza como a individualidade que somos.


Nossos pensamentos podem ser mudados a hora que quisermos e do jeito que acharmos melhor, sem que com isto deixemos de ser nós mesmos, porque essas mudanças correspondem ao estágio em que estamos, no processo de auto valorização e maturação. Quando o amadurecimento relativo não existe, a pessoa diz, e até pensa que mudou, mas seus atos demonstram que não o fez.


Alem do que, todos os equívocos resultantes das escolhas, são parte natural do processo evolutivo. Porque, em cada momento, parece-nos que tal ou qual escolha é a melhor. Posteriormente descobriremos, por exemplo, que nos iludimos com algo ou a opinião de alguém. Portanto, não tínhamos, no momento da escolha, o discernimento que agora temos. Esse processo de maturação é que se chama de Lei da evolução dos Espíritos.


2. Os estudos espíritas sobre o pensamento, não podem esquecer que ele se ?materializa? fluidicamente e se propaga através dos fluidos.


3. Naturalmente, por sermos Espíritos, atraímos e nos ligamos a Espíritos. Ou seja, é através dos pensamentos que os Espíritos se aproximam e se ligam conosco. A Mediunidade nada tem a ver com isto.


4. Pensamentos nossos e pensamentos dos Espíritos, entrando em sintonia fica estabelecida a ligação fluídica e as trocas de idéias ocorrem. Isso se dá a qualquer hora, ou melhor, nas vinte e quatro horas de cada dia. Perceber e/ou entender o que vem dessa relação é ter a mediunidade funcionando.


5. Unindo os raciocínios 1, 2 e 3 temos: conforme as escolhas quanto ao que pensamos (e sentimos), fica determinado o tipo de Espíritos que mais convive conosco. O que pode ou não ser reconhecido. Se o for, e no grau que for, é porque a mediunidade está em funcionamento.


Lembremos: no que se refere as nossas companhias espirituais, elas são fruto do que sentimos e pensamos e não das palavras que proferimos. Palavras pouco significam se os pensamentos diferem delas. A verdade de cada um é o que há dentro de si. O que nem sempre corresponde com o que é falado. Ou seja, não nos basta dizer que pensamos só no bem. É preciso realmente pensar!


Estudar de forma mais objetiva a Mediunidade, implica em examinar como estamos encarando e utilizando o pensamento, para saber com que tipo de Espíritos estamos convivendo, porque são esses que mais nos influenciam. Ignorar esse fato, é desprezar um imenso campo de observação sobre si mesmo, e o entendimento do porque as coisas na nossa vida são como são.


Desejamos viver de forma mais eficiente e feliz com os recursos mediúnicos. Pedimos isso nas preces. Mas não contabilizamos as situações e atos, diários, resultantes da maneira como costumamos pensar sobre nós mesmos, sobre os outros e sobre a vida em geral.


Os Espíritos bons nos ajudam, mas não podem evitar aquilo que provocamos com os pensamentos negativados que cultivamos. Costumamos não perceber tudo o que vem das ligações espirituais que nos prejudicam, e as mantemos; e também não distinguimos todas as orientações boas que tentam nos proteger.


Pensa-se, erroneamente, que só evocamos Espíritos quando os chamamos pelo nome ou por algum recurso que os identifique. Essa é uma forma mais ostensiva de evocação. Porem, quando pensamos, como que chamamos Espíritos que pensam de forma parecida. Isso também é evocar, mas de forma não intencional.


Ao pensar, criamos uma onda vibracional ou entramos numa já existente, que engloba encarnados e desencarnados. Há uma rede de interrelacionamentos nos ligando a todos.


É exatamente por certas maneiras nossas de pensar e sentir que atraímos este ou aquele Espírito. Essa sintonia, no geral, não é percebida e acabamos por ter a participação dessas criaturas em nossa vida, sem nos darmos conta do que ocorre. É claro que se forem bons Espíritos, a influência será benéfica; se forem maus e interesseiros, estimulam formas de pensar, sentir ou agir, agressivas, desarticuladas, medrosas, hipócritas, mesquinhas, mesmo que não notemos que estamos obedecendo a influências externas. Obviamente, essas condutas não serão provocadas se não as tivermos dentro de nós, como hábito ou como tendência. Por isso a auto-observação quanto aos próprios pensamentos se faz tão necessária.


Cabe aqui a pergunta: a quem estou servindo?


Ou, a mesma pergunta feita de outra forma: A qual senhor estou servindo?


E a Mediunidade (nossa ou de outro) entra nessa realidade, como o recurso ?salvador?, porque permite perceber essas companhias espirituais e até entender o que querem conosco, despertando-nos para a responsabilidade do que costumamos pensar.


Intuição e inspiração são tipos mediúnicos nos quais o pensamento dos Espíritos é transmitido mentalmente para o médium, mesmo que este não distingua o que ocorre.


É engano usar o termo inspiração apenas para artistas, pois está presente na vida diária de todos nós; ou só com significado de coisas boas e belas, pois pode ser o contrário; e, só para médiuns, pois todos estamos em relação mental com Espíritos.


Desprezar intuições e inspirações é jogar fora um grande instrumento de ajuda, para tudo na vida.


Já temos a possibilidade, através do estudo espírita, de desenvolver maior confiança em nós mesmos, nas nossas percepções e nos recursos mediúnicos que possuímos, guardando a certeza de podermos desenvolver potencialidades que hoje observamos em outras pessoas, mas que não constituem privilégio algum.


Comecemos por observar o que pensamos, porque pensamos e quanto tempo pensamos em determinados assuntos, para irmos descobrindo que tipo de companhias espirituais estamos cultivando, as quais influenciam, e muito, nossa vida, nossos relacionamentos e nossas atividades.


Como e com o que temos nos ocupado mentalmente?


Estamos discernindo as consequências de nossa vida mental?
Cristina Helena Sarraf

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