quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Reflexão

“Eu faço as minhas vontades e você faz as suas. Eu não estou neste mundo para viver de acordo com suas expectativas e você não está neste mundo para viver de acordo com as minhas. Eu sou eu e você é você. Se um dia nos encontrarmos, vai ser lindo! Se não, nada há de se fazer.”
Frederick Perls
Fomos treinados para ter medo de pensar bem sobre nós ou sobre a capacidade de gerenciar nossos caminhos. Fomos treinados para atender as expectativas. Fazendo isso medimos nosso valor pessoal pela avaliação que os outros fazem de nós. Por medo de rejeição, em muitas situações, agimos contra os sentimentos apenas para agradar e sentir-se incluído, aceito. Quem se define pelo outro, necessariamente tombara em conflitos e decepções, mágoas e agastamentos.
Autonomia é a maior defesa da alma porque estabelece limites, produz a serenidade, dilata a autoconfiança e coloca-nos em contato com Deus.
Em algumas ocasiões, a conquista da autogerencia requer solidão e recomeço. Às vezes precisamos de muita coragem para abandonar estruturas que construímos durante a vida e seguir os sinais que nos indicam novos caminhos. Nessa fase o medo aparece. Esse medo surge porque gostaríamos de contar apenas com o êxito em nossas escolhas. Adoramos respostas e soluções imediatas, prontas pra usarmos. Nessa hora teremos que escutar nossos sentimentos e seguir. Ouvi-los não quer dizer escolher o certo, mas optar pelo caminho particular em busca da experiência sentida e conquistada dentro da sua realidade.
Libertar-se do ego é um parto psicológico. A sensação de insegurança é iminente. Mas o resultado libertador. Essa liberdade psíquica e emocional da alma é uma conquista pessoal.


O individuo autônomo tem 4 principais características:
1- Auto-estima: É o aprendizado do valor pessoal. Quem se ama sabe sua real importância.
2- Resistência Emocional: É a capacidade de suportar os próprios sentimentos, que muitas vezes levam-nos a crises e opressões. Atravessar dores amadurece.
3- Saber o que se quer: Somente fazendo escolhas, descobrimos nossas aspirações. Algumas dessas escolhas incluem a corajosa decisão de romper com velhas “muletas mentais”.
4- Escutar os sentimentos: Nos sentimentos está o mapa de nosso plano divino. Aprender a ouvi-los sem os ruídos da ilusão será a nossa sintonia com o “Deus Interno”.
A ausência da autonomia pode nos levar à condição de mendigos de amor ou vitimas do destino. Considerando-a como gestora da almejada condição de “sentir-se bem” perante a existência, na sua falta o ser humano debate-se em flagelos morais lamentáveis que o escravizam a condutas autodestrutivas, tais como conflitos crônicos, mágoas permanentes, baixo tolerância a frustrações, projeções psicológicas nos outros, vergonha de si.
Imperisoso saber quem somos, pois do contrario, seremos quem querem que sejamos.
Jesus, nosso divino Tutor asseverou: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?”
A colocação de Jesus é rica de clareza acerca da autonomia como sendo nossa maior defesa na rota de ascensão.


Ermance Dufaux

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