quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Homenagem à D. Nidya


Ontem à noite partiu a fundadora do centro espírita em que trabalh0. Não tenho palavras para expressar o significado dessa perda. Mas fica aqui minha homenagem e minhas saudades da grande mulher que foi D. Nidya.




Perder alguém querido


Não há palavras para expressá-la. Não há livro que a descreva. Por isso, o melhor jeito de consolar é falar pouco, orar junto, sentir junto e estar presente, cada um do jeito que sabe.


Palavras não explicam a morte de alguém querido. Sabem disso o pai, a mãe, os filhos, os irmãos, o namorado e a namorada, o marido e a mulher, amigos de verdade.


Quando o outro morre, parte do mistério da vida vai com ele. A parte que fica torna-se ainda mais intrigante.


Descobrimos a relação profunda entre a vida e a morte quando alguém que era a razão, ou uma das razões, de nossa vida vai-se embora.


Para onde? Para quem? Está me ouvindo? A gente vai se ver novo? Como será o reencontro? Acabou-se para sempre, ou ela apenas foi antes? Por que agora? Por que desse jeito?


As perguntas insistem em aparecer e as respostas não aparecem claras. Dói, dói, dói e dói...


Então a gente tenta assimilar o que não se explica. Cada um do jeito que sabe. Há o que bebe, o que fuma, o que grita, o que abandona tudo, o que agride, o que chora silencioso num canto,
o que chama Deus para uma briga, o que mergulha no fatalismo e o que, mesmo sem entender ou crer, aposta na fé.


Um dia nos veremos de novo... enquanto este dia não chegar, entes que eu amo sei que me ouvem e oram por mim, lá, junto de Deus. Para eles a vida tem, agora, uma outra dimensão. Alcançou o definitivo. Quem fica perguntando e sofrendo somos nós. Mas como a vida é um riacho que logicamente deságua, a nossa vez também chegará e, quando isso acontecer, então não haverá mais lágrimas. As que aqui ficaram chorando terão a sua explicação. Por enquanto, fica apenas o mistério.
...
A vida é uma só: começa aqui no tempo e continua, depois, na ausência de tempo e de limite. Alguém a quem amamos se tornou eterno. E essa pessoa já sabe quem e como Deus é. E também sabe o porquê de sua partida. Por isso, convém falar com ela e mandar recados a Deus por meio dela. Se ela está no céu, então alguém, além de Deus, de Jesus e dos santos, se importa conosco.


Definitivamente, não estamos sozinhos, por mais que doa a solidão de havê-la perdido. Mas é apenas por pouco tempo. Quem amou aqui, sem dúvida, se reencontra no infinito...


Pe. Zezinho

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