segunda-feira, 26 de abril de 2010

Dançando

Se relacionar, namorar, casar, viver junto, enfim é dançar. Dançar é um prazer que se dá ao corpo e a alma, há algumas regras e limites impostos pelo próprio espaço físico e corporal, pelo ritmo, mas não sei se deve haver muito mais que isso. Talvez exceto em competições de dança, mas não no prazer de dançar, na vida. Então não entendo porque as pessoas se limitam tanto pra se relacionar, e o que deveria ser uma fonte de prazer se torna um suplício, e um jogo de xadrez de vida e morte. (porque também se joga xadrez pelo prazer de jogar).
Ninguém mais age naturalmente. Se estiver com vontade de ligar não liga. Se quer dizer gosto de você, não se diz, o outro tem que dizer primeiro, porque não posso me entregar assim, o que ele ou ela vai pensar etc., etc., etc. tudo bem, gato escaldado tem medo de água fria, eu entendo, também não saio entregando o ouro ao bandido assim impunemente, mas ao se criar tantas regras, ao se colocar tantos limites, acaba o prazer de dançar, de se relacionar com alguém, se dar e de conquistar. O medo é tanto que nos sentimentos dentro de uma camisa de força.
E o fato de ninguém se entregar primeiro, ninguém dar o primeiro passo, faz com que nada comece então, o par não sai pra dança! E se sair vai pro baile de máscaras, mas é tão inseguro que não tira a máscara e aí você dançou com quem? Com o homem ou com o personagem? Isso faz com que as pessoas ficam ainda mais arredias. Como pode algo que possa ter a mínima chance de dar certo começar em meio a tanto medo? Tão cercado de regras e segredos de estado?
O que era pra ser só uma festa, um baile se transforma em campo minado, numa guerra, onde se identificam vencedores e vencidos e não mais pares e conhecidos. Todos de um mesmo lado, simplesmente buscando companhia. Eu não escolhi esse jogo, eu danço livremente, eu chamo pra dançar. Eu vou ao baile da "melhor idade", eu tiro para dançar também, eu recebo nãos e sims, eu danço sozinha e danço acompanhada. Vou lá conhecer, não crio tantas regras, arrisco. E não perdi nada, só ganhei amigos e experiência e alguns pequenos arranhões. vai ver que é por isso que não perdi o prazer de dançar e de ser eu mesma. Posso usar máscaras de sedução no baile apropriado, mas não vivo para e com ela.

Iáiá

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